domingo, 24 de junho de 2012

COZINHA DE FUSÃO MARCA TERCEIRO DIA DO FESTIVAL DO FADO EM MADRID

Em dia de jogo da selecção nacional espanhola, com direito a vitória, Portugal, o fado e a gastronomia portuguesa continuaram a marcar pontos, em Madrid, no Festival do Fado, que termina este domingo, nos Teatros Del Canal. A ementa esteve a cargo da chef Ana Mendes da Escola Profissional de Hotelaria de Manteigas.

Adepta da cozinha de fusão, Ana Mendes começou com um caldo verde, iguaria típica das casas de fado. A jovem de 28 anos manteve os ingredientes base – batata e couve, no entanto, deu-lhe um toque diferente recorrendo à cozinha de fusão. O bacalhau voltou a ser o eleito para prato de peixe. Bacalhau confitado com crosta de broa e azeitona em puré de legumes. Como prato de carne, a chef escolheu lombinho de porco preto glaceado com alecrim e malagueta, sobre puré de feijoca estufada à serrana. À sobremesa serviu panacotta de requeijão e pastel de feijoca, acompanhado de licor de poejos. Apesar da inovação nos pratos, Ana Mendes garante que “os sabores e os produtos tradicionais estão na confecção dos pratos”, até porque todos foram experimentados já por si e pela equipa de alunos que trouxe consigo. Veio acompanhada com 14 alunos mais os chefes de sala, Bruno Gonçalves e Paulo Carvalho.

De acordo com a chef, os alunos foram os parceiros fundamentais para executar este desafio que foi lançado pela organização do festival. “É um desafio muito grande e eles ganharam motivação. Quando lhes contei começaram de imediato o trabalho de pesquisa”, conta. E o resultado foi positivo, a julgar pelos elogios que foram chegando à cozinha durante o almoço.

“O canto do Fado, um canto imperial e operário”, foi o tema de uma conferência que decorreu este sábado ao final da tarde, tendo como orador Paulo Lima. Num encontro muito informal e com uma grande proximidade com o público, o investigador abordou as origens da canção portuguesa defendo, por exemplo, que o fado é “profundamente herdeiro do movimento operário”. “Os cantos de improviso eram uma forma de falar de temas sociais, daí encaixar-se no canto operário”, justificou.
Num estilo completamente diferente do de Ana Moura, Ricardo Ribeiro também encantou os espanhóis no espectáculo da 3.ª noite do festival. O fadista interagiu muito com o público e provou, mais uma vez, que o fado chegou a Madrid para ficar.

O festival encerra hoje com um concerto de Mariza, que já está esgotado há largas semanas.



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